segunda-feira, 22 de outubro de 2012

CRÍTICA DE RODRIGO MONTEIRO

O crítico Rodrigo Monteiro postou em seu blog uma crítica sobre a peça, e nós não podíamos deixar de compartilhar =) Para quem quiser conferir  blog dele com outras críticas é só entrar nesse link http://teatrorj.blogspot.com.br/search/label/Coisas%20que%20a%20gente%20n%C3%A3o%20v%C3%AA%20%28RJ%29

E para ler diretamente aqui, é só ver abaixo!

Um emocionante espetáculo sobre o carinho

“Coisas que a gente não vê” é um excelente espetáculo porque atinge em cheio o alvo, isto é, encara o lado adulto que existe no interior de cada criança. A capacidade, um tanto quanto cruel, da criança de ter que lidar com a solidão, com a rejeição, com a solução dos problemas de relacionamento, com a carência de afeto, desafios esses que parecem estar cada vez mais no dia a dia da infância infelizmente, são o tema da produção que tem Débora Lamm e Kelzy Ecard liderando o ótimo trabalho de interpretação de todos no elenco. Escrito por Renata Mizrahi (Prêmio Zilka Salaberry com “Joaquim e as Estrelas”) e dirigido por Joana Lebreiro (“Meu Caro Amigo”), o espetáculo tem lindas músicas originais de Bruno Alexander e ótima direção musical de Igor Araújo. Em cartaz agora no Sesc Arena Copacabana, mas, em novembro de 2012, no Solar de Botafogo, a produção carioca merece destaque na programação cultural das famílias e de pessoas de todas as idades interessadas em bom teatro.

A peça conta a história de Yasmim (Débora Lamm), uma menina que tem tudo o que quer, mas que não consegue parar de chorar. Sem entender o motivo de tanta choradeira, seus pais, Clara (Kelzy Ecard) e Manoel (Alexandre Moffati), exibem de forma inconsciente o desconhecimento de algo tão sublime: a importância do carinho como expressão maior do afeto. Dividida entre seus dois amigos, Beatriz (Angela Bellonia, substituindo Elisa Pinheiro), menina rica e mimada, que vive preocupada com as aparências, e Raimundo (Anderson Cunha), garoto simples e cheio de vida que gosta de brincar na rua, Yasmin se vê terrivelmente só em seu quarto em pleno domingo de sol. Muitos brinquedos, roupas bonitas e doces à vontade não são o bastante para preencher sua vida ainda tão jovem. Com uma excelente direção de movimento de Sueli Guerra, Joana Lebreiro dá vida a essa história colorida, mas não menos densa. A narrativa, em perfeita ascensão, age no sentido de ir cada vez mais positivamente direto ao ponto: é preciso encarar o problema ao invés de continuar fugindo dele. Tão jovem, Yasmin tem força para mostrar para a plateia de todas as origens e idades um belo exemplo de coragem.

As interpretações são exitosas em todos os exemplos de forma afinada e sem destaques porque todos se destacam em conjunto. Deve-se apenas chamar a atenção para o trabalho de Débora Lamm, porque ela, recentemente, interpretou Isadora, uma outra personagem também menina no espetáculo “Os Mamutes”, dirigido por Inez Vianna, da Cia. OMondé. Correndo o risco de repetir a performance, a atriz vence o desafio e oferece uma figura completamente diferente, mas de novo com ótimo resultado.

O texto rimado de Renata Mizrahi guarda na forma o lugar do lúdico que falta no conteúdo de matriz tão profunda, mas tratado de forma tão delicada e humana. As canções interpretadas por Felipe Ridolfi e por Marcelo Rezende, por sua vez, oferecem o respiro para o espectador que ganha aí o tempo de que precisa para fazer a catarse e se deixar embalar pela história cenicamente contada. Os figurinos e os objetos de cena de Ney Madeira, Dani Vidal e de Pati Faedo são boas menções no espaço cênico, ilustrando, mas também oferendo possibilidades de jogo, sem poluir ou pesar. A iluminação de Aurélio de Simoni age em harmonia com o ritmo e sobretudo com o espaço onde a história se dá a ver.

O bom teatro infantil é sempre aquele é feito para as crianças que vivem dentro dos adultos simplesmente porque é difícil, impossível até, saber ao certo o que se passa esteticamente na cabeça de uma criança para se prever o que, na opinião dela, realmente é bom ou ruim enquanto objeto de arte. “Coisas que a gente não vê”, em forma e em conteúdo, é, por isso, uma produção que emociona e faz refletir digna de muitos elogios. Aplausos!

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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

PALAVRAS DA AUTORA RENATA MIZRAHI

 

Mas não consigo parar de chorar. Eu não consigo, nem sei o que falar...”

 
Quando escrevi “Coisas que a gente não vê”, dava aula para crianças, que pareciam ter tudo o que queriam, mas ainda assim faltava alguma coisa. Como se no silêncio, quisessem dizer: “olhem pra mim de verdade e vejam o que eu realmente preciso”.Entendi que não era algo de pegar. Era algo invisível aos olhos, mas fundamental ao coração.







E daí surgiu a Yasmim, seus pais, seus amigos, seu mundo, a música, a rima, a história. Mas que coisas são essas que a gente não vê?





Agradeço a grande guerreira, Maíra Graber, que sempre esteve junto dessa história. E a todos que tornaram isso possível - e foram MUITAS pessoas queridas, nesse longo caminho, que nos disseram: para tudo, o seu momento.

Dedico essa peça a todos aqueles que sempre tentam enxergar além de que se pode ver.







ELENCO

DEBORA LAMM - YASMIM
ANDERSON CUNHA- RAIMUNDO



 

 
 
KELZY ECARD - CLARA

 
ALEXANDRE MOFATI - MANOEL
ELISA PINHEIRO- BEATRIZ 1
MARCELO REZENDE- GUITARRA E FELIPE RIDOLFI -SAMPLER

ANGELA BELLONIA- BEATRIZ 2
   

PALAVRAS DA DIRETORA- JOANA LEBREIRO


 

Eu amo a minha filha
A nossa família é a razão do meu viver
O que nos falta fazer?
Quem pode nos responder?

 
Quando recebi o convite da Renata para dirigir Coisas que a Gente não Vê a alegria não poderia ser maior.  Estava com um filho de dois anos e louca de vontade de fazer um espetáculo infantil. E um texto da Renata Mizhari então, era presente duplo.

Quando botei os olhos e ouvidos na história de Yasmin fui de um fôlego só até o final e me encantei. Rimas, choros, risos, ritmo: música. Coisas que a Gente NãoVê não é um musical à toa, ele precisa ser. 
 
 

 
É uma história simples até, passada em um dia de domingo. Mas como as melhores coisas simples da vida... vai fundo em questões universais.

 
Os motivos podem ser os mais diferentes possíveis do que vemos em cena – mas qual pai ou mãe nunca se viu tonto em meio a uma choradeira sem fim? Quem nunca pensou em ‘jogar a toalha’ e se perguntou numa mistura de desespero e amor: “Mas o que é que está errado? O que é que eu posso fazer pra mudar?”

 
E quem nunca, quando criança, sentiu medo do que estava sentindo e não sabia como fazer para parar?




 

Esta peça fala sobre as dificuldades de comunicação entre pais e filhos, e também de cada um com o mundo ao seu redor.  Quando a gente não ouve ou não quer ouvir, não vê ou não quer enxergar. Quando a gente não diz ou não encontra as palavras de dizer. Mas também que, quando nada parece ter solução, existe a opção de aceitar ajuda e mudar. E aí tudo pode acontecer – até mesmo o desejado final feliz, onde as coisas se resolvem como num sonho bom.

 
E se o teatro é o lugar do sonho, a vida também pode ser.

 
Agradeço a Renata pelo lindo presente, agradeço à equipe tão parceira e talentosa. E meu agradecimento sempre mais que especial aos atores maravilhosos – esses mágicos danados que com amor, alegria e talento nos encantam e nos fazem Ver.



MATÉRIAS E DESTAQUES

RIO SHOW- O GLOBO



VEJA RIO
ESTAMOS ENTRE AS 05 MELHORES PEÇAS DA VEJA RIO

ZONA SUL- O GLOBO







 
 
 

UMA CENA- YASMIM CANTA


VENHAM ASSISTIR!

MÚSICA, RIMA, HUMOR!
COISAS QUE A GENTE NÃO VÊ
ESTÁ NO ESPAÇO SESC COPACABANA COM SESSÕES EM DIAS DA SEMANA TAMBÉM!





Local: Espaço SESC - Arena (Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana)

Bilheteria: (21) 2547-0156

Valor: R$20,00 (inteira)/ R$10,00 (meia)/ R$5,00 (associados Sesc Rio)

Horário: dias 04, 10, 12, 13, 14, 17, 19, 20, 21 e 25/10, às 15h; dias 5, 11, 18, 26 e 26/10, às 10h; e dias 12, 13, 14, 20 e 21/10, às 17h

Capacidade: 222 lugares

Duração: 55 minutos

Classificação etária: Livre (recomendado para crianças a partir de 5 anos)
 
 


FICHA TÉCNICA

Idealização e Texto: Renata Mizrahi

Direção: Joana Lebreiro

Elenco: Debora Lamm, Elisa Pinheiro, Kelzy Ecard, Alexandre Mofati e Anderson Cunha

Reveza: Angela Bellonia

Músicas Originais: Renata Mizrahi e Bruno Alexander

Arranjos: Igor Araújo, Felipe Ridolfi e Marcelo Rezende

Direção Musical: Igor Araújo

Sonorização Flavia Belchior

Fotos Renato Mangolin

Filmagens Thais Grechi

Assistente de Direção: Nathália Melo

Músicos de cena: Felipe Ridolfi e Marcelo Rezende

Iluminação: Aurélio de Simoni

Equipe de Cenário e Figurino: Ney Madeira, Dani Vidal e Pati Faedo

Direção de Movimento: Sueli Guerra

Assistente de Movimento: Priscila Vidca

Preparação Vocal: Pedro Lima

Progamação Visual: Letícia Rumjanek e Digo Cadaval

Assessoria de Imprensa: DanielLa Cavalcanti

Assistente de Produção: Marcelo Pires

Produção Executiva: Amanda Lima

Direção de Produção: Maria Alice Silvério Lima

Coordenação Administrativa: Alan Isidio

Patrocínios: Eletrobrás Furnas e Prêmio Montagem Cênica